Vale a pena suplementar a Vitamina D?

Procura-se na ciência e na evidência científica formas de melhorar os cuidados de saúde a quem está infetado ou aos profissionais que estão no combate ao vírus. Ou mesmo aos que, como a maioria de nós, gozam de plena saúde, mas que de hoje para amanhã poderão vir a estar infetados.

Primeiro ponto: por que se fala tanto na Vitamina D? Será assim tão relevante? Sim, é! São claros os seguintes aspetos: a) a vitamina D tem um papel importante no sistema imunitário; b) a sua carência agrava o risco de infeção respiratória (não há ainda dados relativos especificamente ao COVID 19); e c) a sua suplementação em pessoas carenciadas diminui, comprovadamente, o risco de infeção respiratória.

Posto isto, como aumentar os nossos níveis plasmáticos de vitamina D?
Com a alimentação, sim, mas as fontes alimentares desta vitamina não vão muito mais além de peixes como salmão, a sardinha, a corvina e a truta, que só por si não serão suficientes, uma vez que a maioria de nós não os consome todos os dias. Alimentos fortificados com vitamina D também poderão ajudar, mas no mercado português não há assim tantos.
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A exposição solar desempenha um papel importante e a prova disso é que a deficiência em vitamina D tem menor prevalência em meses de Verão. Ainda assim, em Portugal são necessários, no Verão, cerca de 10 minutos a apanhar o “sol do meio-dia”, com pele desprotegida para conseguir produzir uma quantidade aceitável; no Inverno, para conseguir uma produção semelhante, precisaríamos de mais do que duas horas. Poderia pensar-se que Portugal, como país do sul da Europa e dado o seu clima agradável, não padecia de carência de vitamina D.
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No entanto, segundo um estudo recente, 2/3 da população portuguesa adulta tem níveis insuficientes desta vitamina; e mais, cerca de 21% têm mesmo carência grave. Este aspeto é particularmente importante se pensarmos que agora, perante as medidas de segurança, a população está muito mais confinada ao lar e a exposição solar é menor.

Então, o que nos resta? Na falta de sol e de mais fontes alimentares, a suplementação parece ser uma boa medida. Suplementar de mais não parece ter nenhum efeito positivo; no entanto, os suplementos de vitamina D são relativamente baratos, acessíveis e são seguros, ou seja, são necessárias doses muito acima do recomendado para haver risco de intoxicação.

Importa acrescentar que, à data de hoje, os estudos relacionados com a COVID 19 são insuficientes e as incertezas são muitas. Ainda assim, a suplementação em vitamina D parece ser uma boa medida no que a esta pandemia diz respeito. Suplementar poderá ser benéfico, quanto mais não seja, para atenuar a elevada prevalência nacional (e mundial) de deficiência em vitamina D.

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