Conhecida com a ‘vitamina do sol’, a vitamina D é um nutriente lipossolúvel e tem um papel relevante no correto funcionamento do organismo, desempenhando várias e importantes funções. Uma delas e, talvez a mais conhecida, é a regulação do metabolismo ósseo, contribuindo desta forma para a formação adequada de ossos e dentes e para a prevenção de raquitismo nas crianças e de osteoporose nos adultos.

Estudos indicam que é uma vitamina que também atua no crescimento, na manutenção de um sistema imunitário saudável, na manutenção do normal funcionamento muscular, no metabolismo e em vários órgãos e sistemas, como o cardiovascular, neurológico e o sistema nervoso central.

Podemos obter a vitamina D através da alimentação, no entanto, são poucos os alimentos que a contêm naturalmente. Assim, está presente em alguns peixes gordos (como o salmão, a sardinha e a cavala), nos óleos de peixe, em alguns tipos de cogumelos (como os shitake e os Portobello), nos ovos, leite e derivados. Uma outra alternativa são os alimentos fortificados, ou seja, alimentos que foram enriquecidos artificialmente com vitamina D. Atualmente já é possível encontrar no mercado cereais de pequeno-almoço, leites e bebidas vegetais fortificados.

Para além das fontes alimentares, a principal via de obtenção de vitamina D é através da síntese na pele após a exposição solar aos raios ultravioleta (índice de ultravioletas de intensidade igual ou superior a 3. Nesta situação é necessário ter em conta que há vários fatores que vão condicionar esta produção, nomeadamente a estação do ano, a nebulosidade, a poluição, nº de horas de sol, a pigmentação da pele (quantidade de melanina) e a área de pele exposta ao sol.

A deficiência em vitamina D tem estado a aumentar em todo o mundo e Portugal não é exceção. Parecem contribuir para esta situação as alterações do estilo de vida, nomeadamente a redução da prática de atividades ao ar livre, a institucionalização dos idosos, a maior permanência em espaços fechados, o envelhecimento da população e até as alterações dos hábitos alimentares (maior consumo de carne em vez de peixe). Estão em maior risco de défice as crianças, os idosos, as grávidas, pessoas com pele escura , pessoas com excesso de peso ou obesidade (uma vez que o tecido adiposo capta e armazena vitamina D).

A suplementação desta vitamina não deverá ser realizada de forma indiscriminada dado que o seu excesso pode elevar a concentração do cálcio no sangue e causar danos a nível gastrointestinal, cardiovascular e renal. Cada caso deve ser ponderado individualmente. Em Portugal, em idade pediátrica a Direção Geral da Saúde recomenda a suplementação oral até aos 12 meses de idade, em crianças saudáveis, independentemente do seu tipo de alimentação.

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